“CORRERIAS”
Trata
da história da extinção de etnias, da invasão das terras Amazônicas por
exploradores estrangeiros e brasileiros em viagens pela Amazônia em busca da
borracha para a industrialização, ainda no século XVIII estudam a árvore da
seringueira e seu leite, chamava mais tarde de “Hevea Brasiliensis”.
A
Industria de automóveis no século XIX pedia cada vez mais borracha, nessa época
a única região que havia borracha era a Amazônia.
Entre
1840 e 1850 a procura aumenta e isso trouxe a rápida ocupação dos territórios
indígenas pelo homem branco, seringueiros e nordestinos, em consequência a
população indígena é cada dia mais perseguidos, extintos, sequestrados,
escravizados pelas expedições organizadas nas casas Aviadoras com apoio do
governo do Amazonas e do Grão Pará, em busca da riqueza da arvore que jorra
leite, as regiões do Purus e Juruá invadidos pelos “nawa” e pelos peruanos,
quando encontravam os grupos indígenas, não deixavam passar em branco: matavam
os grupos indígenas, ou sequestravam para o trabalho escravo.
“Os
nativos não conseguiam mais permanecer em suas terras onde queriam morar:
ficavam sem direção. Se homem branco atacavam os nativos corriam para as
cabeceiras dos rios. Quando chegavam nas cabeceiras dos rios, os caucheiros
peruanos atacavam e os indígenas corriam, corriam, para outra direção. A esse
“corre, corre” dos nativos, perseguidos, deram o nome na história do Acre “Correrias”,
termo utilizado ribeirinhos e indígenas
e adotado por indigenistas e antropólogos no Estado do Acre, trata do genocídio,
etnocidio e epistemicidio de povos originários. A Cia. Garatuja de Artes
Cênicas faz uma releitura através de uma pesquisa que já dura 7 anos e uma
montagem cênica de 4 anos que só agora se completa, trazendo a cena as divindades
e seres, yuxibus e yuxins dos povos
massacrados pela ganância dos nawas.
Toda
a Dramaturgia do espetáculo Correrias é baseado nas histórias escritas, oral e
principalmente testemunhal dos sobreviventes, além da releitura que fazemos
diante da pesquisa, com um olhar extremamente para os corpos feminino
amazônidas, tão cobiçados durante esses acontecimentos verídicos na Amazônia.
Sinopse: No
cotidiano cosmogônico dos povos
originários e seus corpos em rituais livres dentro do imaginários das divindades da floresta,
eles cantam eles dançam e se transformam em seres, seus sentires são afetados e
os corpos correm em diáspora pela escuridão da mata atacada em dores e aflições jamais vista e sentida.
Resistiremos nos que conseguiram se camuflar nas folhagens e nas travessias das
aguas barretas dos rios.
Ficha Técnica:
Interpretes: Regina Maciel, Leia Nascimento Alyx Dantas
Direção Cênica: Dino Camilo “Lambada”
Maquiagem e luz: Marina Luckner
Sonoplastia: Nubia Alves
Dramaturgia e pesquisa: Regina Maciel
ILuminação: Junior Uchôa.
Fotografias: Jerffeson Linhares
Músicas de James Asher, povo
Poyanawa, Katukina e Byron Metcalf .
4 apresentações de tirar o folego!
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Escreva, Pergunte, reflita, comete e critique!